01/06/2015 11h33 - Atualizado em 01/06/2015 11h46

Atingidos por construção de usina bloqueiam BR em protesto, em RO

Movimento fecha a BR-364 e impede a passagem de operários de Jirau.
Casas que deveriam ter sido doadas foram vendidas por usina, diz MAB.

Ana Fabre e Gaia QuiquiôDo G1 RO

Atingidos por barragens bloqueiam BR em protesto contra usina, em RO (Foto: Maríndia Moura/Rede Amazônica)MAB bloqueou a BR-364, em Rondônia, desde as primeiras horas desta segunda-feira, 1º (Foto: Maríndia Moura/Rede Amazônica)

Cerca de 300 integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) estão bloqueando, nesta segunda-feira (1º), a BR-364, sentido distrito de Nova Mutum, distante cerca de 100 quilômetros de Porto Velho, em protesto contra a Usina Hidrelétrica de Jirau e a construtora Camargo Corrêa. Eles reivindicam a doação de 500 casas que teriam sido construídas pela Energia Sustentável do Brasil (ESBR), responsável pela usina. Os manifestantes dizem que só desocupam a rodovia após um indicativo de negociação, por intermédio do governo federal.

Segundo o MAB, a ESBR construiu 1,6 mil residências em Nova Mutum para os operários do canteiro de obras de Jirau e, conforme acordo firmado na Licença de Operação de 2012, após a saída dos trabalhadores, os imóveis deveriam ser doados à prefeitura da capital e destinados aos atingidos. Mas, de acordo com o coordenador do movimento em Rondônia, Ofélio Muniz, 500 casas foram vendidas pela Energia Sustentável do Brasil à Camargo Corrêa. Esses imóveis foram ocupados pelos atingidos e a construtora entrou com uma ação judicial, que resultou em uma ordem de despejo.

Em protesto, os integrantes do MAB fecharam a BR-364 nas primeiras horas desta segunda e impedem que os ônibus com trabalhadores da usina passem pelo bloqueio. Até as 10h (horário local), segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), havia cerca de cinco quilômetros de engarrafamento na estrada, devido à manifestação.

Atingidos por barragens bloqueiam BR em protesto contra usina, em RO (Foto: Maríndia Moura/Rede Amazônica)Protesto já causa cerca de 5 km de engarrafamento
(Foto: Maríndia Moura/Rede Amazônica)

Os manifestantes dizem que só vão liberar a rodovia quando for marcada uma reunião com a prefeitura, a ESBR e a Camargo Corrêa, intermediada pela Secretaria Geral da  Presidência da República. O movimento está permitindo apenas o rodízio de automóveis e ônibus de viagens.

A Energia Sustentável do Brasil informou, por meio da assessoria de imprensa, que as casas em questão foram construídas pela própria Camargo Corrêa e sempre foram da construtora. A ESBR alega que, por isso, "não tem e nunca teve gerência" sobre os imóveis reivindicados pelos manifestantes.

A Secretaria Geral da Presidência confirmou que uma reunião será realizada na próxima semana, provavelmente no dia 12 de junho, para tratar da destonação das casas. Um servidor da pasta tratará da questão em Porto Velho com a Energia Sustentável do Brasil e o MAB.

veja também