Atingidos por Belo Monte protestam na sede do Ibama em Altamira

No MAB

Os moradores da lagoa do bairro Independente 1 organizados no Movimento do Atingidos por Barragens (MAB) fizeram um protesto na sede do Ibama em Altamira na manhã desta quarta-feira (20). Eles exigem que o órgão obrigue a Norte Energia a reconhecer os impactos de Belo Monte no local.

No bairro Independente 1, em Altamira, há cerca de 500 famílias vivendo em área permanentemente alagada, sem acesso a água e saneamento e sem condições de viver em outras localidades pois com Belo Monte o custo de vida aumentou muito na cidade. Após o fechamento do reservatório, algumas casas no entorno da lagoa também começaram a apresentar minadouros de água. Apesar disso, a Norte Energia nega que haja impacto de Belo Monte no local.

Os manifestantes fecharam o portão, impedindo o funcionamento do órgão, até a chegada do chefe da unidade para receber a pauta. Os atingidos foram recebidos pelo chefe do Ibama em Altamira, Hugo Loss. Na pauta de reivindicação, estavam os seguintes pontos:

• Reunião com a presidenta do Ibama, Suely Mara Vaz Guimarães de Araújo;

• A criação de um grupo de trabalho com a participação de Norte Energia, Prefeitura de Altamira, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Associação dos Moradores do Bairro Jardim Independente I (Ambaji) e coordenado pelo Ibama para elaboração de solução definitiva para a questão da moradia na lagoa do Independente I e recuperação das nascentes;

• A suspensão da licença de operação de Belo Monte até que se encaminhe solução para este problema.

Os atingidos somente aceitaram liberar o local após ter a confirmação da vinda da presidenta do Ibama, Suely de Araújo, junto à diretora de licenciamento, Rose Mirian Hofmann. Em áudio gravado no celular, Rose afirmou: “Assim que a gente conseguir uma compatibilização de agenda entre mim e a presidente a gente vai pessoalmente aí conversar com o pessoal. Desde que eu assumi o cargo não tem um dia em que não se fale dos problemas da região.”

Além disso, ficou encaminhada a criação do grupo de trabalho para discutir o problema com os órgãos. A Defensoria Pública da União, que acompanha o caso, também fará parte.

Imagem: Reprodução do MAB.

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